sexta-feira, março 31, 2017

 

Tratam-nos como carneiros e deipois queixam-se da abstenção!

 https://www.youtube.com/watch?v=XBEx6XP0pXE&feature=share


A faina da constituição das listas para as candidaturas autárquicas faz-nos lembrar esta sublime canção de Zeca Afonso.


Na verdade, o critério de escolha de candidatos é, por quase todos os partidos, orientado pela única ideia de que os eleitores são um rebanho, onde carneiros são o que mais há! Vem logo, ao de cima, a sofreguidão de agarrar uma oportunidade para cada partido contabilizar mais uma autarquia na sua esgrima do poder.
Os critérios utilizados nada têm a ver com o perfil de quem saiba melhor representar os eleitores e mais se identifique com a ideologia do partido. Apenas se procura quem seja mais popular ou dê mais nas vistas pela importância da sua profissão ou do seu dinheiro. Chamam-lhe poder local, mas vão buscar os que só conhecem a terra pelos almoços.
As candidaturas autárquicas estão a ser organizadas como se organiza um ramo de flores. Nenhuma preocupação há em apresentar um programa que os eleitores compreendam, que sirva os seus interesses e os da sua terra; e menos preocupação há de escolher as pessoas da terra que melhor saibam sentir as suas raízes e representar os interesses dos eleitores da sua comunidade autárquica.
Ainda não se percebeu que a democracia é um regime de representação e não a possibilidade de dar um estatuto social ou um emprego. Depois, os eleitores acabam por votar sempre na mesma maneira: ou votam contra o partido que dominava a autarquia, por saturação; ou, como são todos iguais, o melhor (dizem!) é votar nos mesmos. E outros, ainda: “para que é que vou votar? O meu voto não conta para nada!”
E o ramo de flores lá vai para o caixote de lixo.
Como estamos bem longe do 25 de Abril!...


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