terça-feira, julho 31, 2012

 

Tal como a raposa toma conta do galinheiro, assim aconteceu com a Goldman Sachs nas chamadas dividas soberanas.

Somos todos obrigados a falar da crise que todos os dias infernaliza as nossas vidas. Mas nem sempre percebemos o que se esconde neste cataclismo de horror que devasta a Europa dos cidadãos. Talvez conhecendo o currículo que faz o protagonismo de certas individualidades, como Victor Gaspar, António Borges, António Horta Osório, Carlos Moedas e outros percebamos o que determina o nosso destino colectivo.

Vale a pena, por isso, ver este documentário: Reportagem sobre os bastidores do Goldman Sachs, na TVI-24. http://www.tvi24.iol.pt/programa/4512/13 E ainda:
http://expresso.sapo.pt/trabalho-de-antonio-borges-no-goldman-sachs-e-um-misterio-diz-jornalista=f730476 

Convém recordar que António Borges subiu pela mão de Cavaco Silva ao Banco de Portugal. Depois, trabalhou oito anos na Goldman Sachs e a seguir no F.M.I. Dominique Strasuss-kahn demitiu-o, porque pretendia alterar a política do F.M.I., torná-la menos dependente da Goldman Sachs. Percebe-se, então, o que muitos asseguram: os motivos que levaram ao “golpe” que levou à prisão Dominique Strasuss-kahn e , com isso, o obrigá-lo a demitir-se do F.M.I.

Para aprofundar tudo isto, não deixem de ler “o Banco – como a Goldman Sachs dirige o mundo”, de Marc Roche e publicado pela “Esfera dos livros”.


domingo, julho 22, 2012

 

Nós estamos solidários!

Quando as criticas ao poder ultrapassam os partidos e começam a ser feitas pelos bispos, estes ganham logo o epíteto de Bispos Vermelhos. Assim aconteceu com D. Manuel Martins, quando denunciou a fome em Setúbal, assim aconteceu com D. António Ferreira Gomes, quando escreveu a carta a Salazar denunciando a fome, a repressão e a inutilidade da guerra, assim acontece com D. Januário ao denunciar a corrupção, a pobreza e o desemprego.

Porque quem cala consente, lamentamos que o resto da Igreja não manifeste solidariedade com os Bispos que defendem os mais pobres, os injustiçados, os traídos pelos políticos.

Nós estamos solidário com estes Homens da Igreja e é nEles que revemos a mensagem de Cristo


sábado, julho 21, 2012

 

"O PREC da direita"

Nem sempre gosto do que diz Sousa Tavares, mas hoje escreve no Expresso um texto (“O PREC da direita”) que não é de perder. Concordo em absoluto com o que ele diz e penso que esta direita que manda, hoje, na política do governo de Passos Coelho é muito pior do que a direita do fascismo. Mas muito pior!... A outra só tem de comum o perseguir também um Bispo. Mas falava em “Deus, Pátria e Família” e tirava o seu rendimento dos campos e das fábricas: esta investe no capitalismo de relações e faz de D. Januário o seu inimigo público.

Como diz Miguel Sousa Tavares, a direita que nos (des)governa, desde Relvas a António Borges(o tal que é um produto de Cavaco Silva que o colocou no Banco de Portugal), servidor da Goldman Sachs, mas, segundo seus condiscípulos no Alexandre Herculano, valeu-se sempre de um ego enorme, sem nunca ser brilhante em coisa alguma nem considerado inteligente), é “a direita dos negócios obscuros, aquela que só conhece quatro formas de “competitividade”: o favor político, a desregulação laboral e empresarial, a evasão fiscal e os baixos salários”.

É esta direita, que, hoje, vive o seu PREC que quer colocar os trabalhadores portugueses ao nível da China, que privatiza a saldo as empresas públicas rentáveis, aumenta assustadoramente o desemprego, já em 20%, e bombardeia-nos com a propaganda das reformas e do “ajustamento” da economia, mas não toca nos privilégios da sua clientela.


sexta-feira, julho 20, 2012

 

O fariseismo mais rasca

A hipocrisia já ganha foros de obscenidade. Estamos no PREC da extrema-direita. Lobo Xavier disse na Quadratura do Círculo que ia rezar por D. Januário. A sua compaixão não o leva a rezar pelas vitimas deste Governo, a rezar para que sejam esclarecidas as suspeitas de corrupção, a rezar para que os advogados ao serviço de multinacionais não deem pareceres que ajudam a fuga ao fisco, a rezar para que ele próprio, Lobo Xavier, entenda que um Bispo só tem uma fidelidade, a que o liga aos ensinamentos do Evangelho e mesmo como cidadão, pago pelos contribuintes, não está limitado nos seus direitos de critica, e, ainda, a rezar para que consiga compreender o Sermão da Montanha, ao qual é fiel D. Januário, como foi o Bispo de Setúbal, D. António Ferreira Gomes e muitos outros Homens da Igreja.

Lobo Xavier ganha balúrdios, tem todos os púlpitos do regime ao seu dispor e é pago milionariamente pelos seus sermões, não valeria a pena prestar-se ao papel de um fariseu rasca.


terça-feira, julho 17, 2012

 

Reduzir o poder ao aparelho de Estado é acabar com a democracia

Aqui fica o texto que acabo de enviar para o Semanário Grande Porto:
A questão Relvas veio acentuar a falta de autoridade moral deste governo e, sem ela, nenhum governo tem força para poder governar.

Inconformados com a falta de eficácia governativa, alguns iluminados desenvolvem teorias, semelhantes às de Sidónio Pais para porem ordem na contestação ao Governo que todos os dias surge na rua. Querem reformas políticas que subordinem sindicatos, organizações socioprofissionais ao poder político dos partidos que governam. E tudo isso é fundamentado com a ideia de que deve ter condições para governar quem foi escolhido pelos eleitores.

Pondo de lado a questão de saber quem foi escolhido, porque os eleitores votam em partidos e não em cidadãos que os representem, votam contra políticas anteriores e não em programas, votam em expectativas que os partidos criam e não em práticas políticas, convém ter sempre presente que o poder, como referiu, na aula “economicismo da teoria do poder”, Foucault, é inseparável da questão económica.

Todos os totalitarismos colocaram o poder apenas no lado do aparelho do Estado. E, com isso, tinham um objetivo: tornar os eleitores dóceis à exploração económica, inibidos de manifestarem as suas discordâncias em tudo o que possa contrariar as expectativas que o governo criou e úteis a todo o tipo de arbitrariedades. É o renascer de um protofascismo: mais poder e menos contestação.

Imaginar uma sociedade sem poderes é imaginar um corpo castrado. O poder é imanente ao “corpus” social, penetra as suas práticas quotidianas e emerge delas como o sangue que dá vida a um corpo. Não pode ser, em democracia, entendido como um “bem” recebido por herança, como na monarquia, por um contrato, como pensou Hobbes no Leviathan e muito menos como uma questão do aparelho do Estado como foi entendido pelo fascismo. O poder é uma estratégia. Exerce-se para servir as expectativas criadas por quem recebeu a delegação para o exercer.

A democracia é mais um regime que possibilita o derrube de governos incompetentes sem derramamento de sangue, do que uma delegação de poderes pelos cidadãos. O mais importante em democracia é a consciência de responsabilidade daqueles que exercem o poder. Responsabilidade significa responder às acusações; dar respostas às criticas e afastar-se quando essas respostas não forem suficientemente convincentes. Como diria Popper,” trata-se, por consequência, não de conduzir o povo, mas de dar satisfação ao povo”.

Este Governo quer resolver a crise sem ouvir as criticas, mas em democracia, decididamente, isso não é possível!

sábado, julho 14, 2012

 

Na Confraria do Anho Assado

Fui convidado pela Confraria Panela ao Lume, para participar nas celebrações da Confraria do Anho, no Marco de Canaveses.


O cerimonial, que fazia parte das Festas do Concelho, exalta a gastronomia da minha Terra, o prato que foi sempre servido à mesa dos marcoenses, ricos ou pobres, nos dias de comunhões solenes nas freguesias ou nas Festas do Marco.

É a continuação de uma tradição que tem raízes, para uns, nos ostensivos banquetes romanos, e, para outros, nos banquetes iniciáticos dos cruzados. Talvez, por isso, o ponto forte da cerimónia da Confraria fosse na Igreja de Santa Maria de Sobretâmega, um monumento do séc.XIII,  com a iniciação dos novos confrades e confreiras. Depois, partimos para Quinta dos Moinhos, em Santo Isidoro, onde, num ambiente paradisíaco, nos foi proposto deliciarmo-nos com o divino sabor do anho.

Com muita gente e um arrastar do serviço, o anho do forno não ganhou o preceito de Confúcio (“comer é divinal”), mas tudo foi superado pelo convívio, sentimento de festa e alegria que transbordava nos rostos dos confrades e confreiras e outros amigos.

Valeu, por isso, ter participado na celebração da Confraria do Anho, neste dia das Festas do Concelho do Marco, hoje, limpo do caudilhismo que o dominou por muitos e gastantes anos.


sexta-feira, julho 13, 2012

 

O meu dia.

Regressei do convívio com amigos. Foi na Folhada, na Casa da Quintã, hoje de Turismo Rural. Ligam-me a esta casa a memória da minha infância: era a casa dos meus avós. O anho assado estava uma delícia e o vinho verde branco ou tinto faria inveja a Baco. Mas, o que nos encheu a alma foi a guitarra de Joaquim Baldaia, um bom e generoso conterrâneo que a dedilha de forma sublime e ouvi-lo é sentir um arrepio de saudade, dos tempos em que para se ser doutor era preciso estudar e ser sujeito a rigorosas provas.



No final dos nossos convívios, onde sempre se nota a falta dos que não puderam comparecer, como, por exemplo, foi o caso do Ventura e do Teixeira Pinto, torna-se evidente o que Aristóteles, na Ética a Nicómaco, garantiu: “Sem amigos ninguém escolheria viver, ainda que houvesse outros bens.”


quarta-feira, julho 11, 2012

 
Saúdo todos os médicos que lutam pela defesa do S.N.S ; saúdo todos os médicos que recusam ser mercenários da cura, saúdo todos os médicos que prometeram exercer a medicina com dignidade, competência, sabedoria e tratar os doentes com zelo, respeitabilidade e humanidade, sendo fieis ao Juramento de Hipócrates ("Prometo que, ao exercer a arte de curar, me mostrarei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência”; saúdo todos os médicos que hoje dizem não a um Serviço de saúde low cost; saúdo todos os médicos que hoje e amanhã fazem greve para dignificar a sua profissão e defender os direitos dos doentes:



1. O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana;


2. O doente tem direito ao respeito pelas suas convicções culturais, filosóficas e religiosas;


3. O doente tem direito a receber os cuidados apropriados ao seu estado de saúde, no âmbito dos cuidados preventivos, curativos, de reabilitação e terminais;


4. O doente tem direito à prestação de cuidados continuados;


5. O doente tem direito a ser informado acerca dos serviços de saúde existentes, suas competências e níveis de cuidados;


6. O doente tem direito a ser informado sobre a sua situação de saúde;


7. O doente tem o direito de obter uma segunda opinião sobre a sua situação de saúde;


8. O doente tem direito a dar ou recusar o seu consentimento, antes de qualquer acto médico ou participação em investigação ou ensino clínico;


9. O doente tem direito à confidencialidade de toda a informação clínica e elementos identificativos que lhe respeitam;


10. O doente tem direito de acesso aos dados registados no seu processo clínico;


11. O doente tem direito à privacidade na prestação de todo e qualquer acto médico;


12. O doente tem direito, por si ou por quem o represente, a apresentar sugestões e reclamações. “
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/07/11/medicos-na-greve-de-maior-dimensao-desde-os-anos-80


quinta-feira, julho 05, 2012

 

Passos Coelho já ameaça!


Primeiro foram ao bolso dos funcionários públicos,
Mas eu não me importei
Porque não era funcionário público.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afectou
Porque eu não sou operário.
Depois descartaram-se da Intersindical,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De magistrados, alguns médicos e forças de segurança,
Mas como nunca fui magistrado, nem médico, nem polícia
Também não liguei.
Agora foram ao meu bolso
E quando percebi,
Já era tarde.


Plagiando, Bertolt Brecht


 

Grave derrota não só para este Governo, mas também para o Presidente da República.

Paradoxalmente, acreditava, mas desconfiava. O princípio da igualdade estava ferido, mas num País onde os princípios parecem não funcionar, a gente desconfia. No entanto, fiquei com mais esperança depois de uma Juíza do Tribunal Administrativo do Porto, Dr.ª Helena Ribeiro, ter considerado inconstitucional a medida em apreço. Parabéns Drª Helena Ribeiro!
É triste que não haja consequências para este ano, porque a Constituição também vigora no presente.

Foi uma grave derrota não só para este Governo, mas também para o Presidente da República.

É triste que o último garante da Constituição, Cavaco Silva, se tenha colocado ao lado dos que não respeitaram a Constituição. Parece que Cavaco Silva e Passos Coelho correm atrás dos compromissos para com a Troika e pouca importância dão às obrigações que juraram cumprir perante a Constituição, a que os investiu no cargo que exercem.


 

com tudo o que me espanta, não fico espantado com a situação a que chegamos!

Ainda a questão do Relvas! Não sei o que hei-de dizer sobre o prestígio de uma Universidade que vê normalidade numa licenciatura num ano com 10 valores, classificação que entra em contradição com o apregoado mérito que a justifica; não sei o que hei-de dizer sobre o Ministro da Educação que tanto falou contra o facilitismo; não sei o que hei-de dizer sobre as instituições que funcionam como a que atribuiu a licenciatura a Relvas; não sei o que hei-de dizer dos critérios que levaram a tanto criticar Sócrates (pelo menos tinha o bacharelato) e que, agora, são tão condescendentes para com um Relvas; não sei o que hei-de dizer sobre o facto de todos os políticos quererem ser doutores a qualquer preço, recusando apresentar-se com a sabedoria de carpinteiros, pedreiros, agricultores ou outra; não sei o que hei-de dizer sobre os que não distinguem o legal do imoral, o lícito do ilícito; não sei o que hei-de dizer de um governo que mantém Relvas e se alimenta dos muitos relvas que por aí abundam e ainda mais dos que gostariam de ser como relvas.

Só sei dizer o seguinte: com tudo o que me espanta, não fico espantado com a situação a que chegamos! E até já percebo por que desapareceu a tolerãncia de ponto no Carnaval.

Em tempos frequentei, em Coimbra, uma pós-graduação em Estudos Europeus. Quando apareceram essas licenciaturas em Relações Internacionais, alguns professores, com responsabilidade na universidade, diziam: como licenciatura, não faz sentido: só faria sentido como pós-graduação. Vai ser um curso para dar penachos a políticos medíocres e para algumas universidades aproveitarem os oportunistas para criarem os seus lobbys de pressão no Ministério da Educação.

Ao procurar nos currículos dos líderes partidários as suas habilitações, fico com uma certa náusea não só desta gente, mas também de quem justifica esse modo doutoreiro de estar na política.


terça-feira, julho 03, 2012

 

Um desperdício de tempo!

“Miguel Relvas teve necessidade de explicar a sua licenciatura” – é o título do “i”.

Ninguém precisa de ler a notícia para perceber que a “necessidade de explicar uma licenciatura” não é a mesma coisa que explicar a necessidade de ir ao quarto de banho, vir á janela ou tirar o casaco!

                                                   Mas, depois, fica-se a saber que a necessidade envolve um curso de “relações Internacionais”. E, para quem a seguir a relações só lhe vem à ideia “ sexuais”, é levado a tentar perceber por que é que tais relações se harmonizam com administrador de empresas por confiança política, líder partidário ou ministro. Continuando a ler a notícia, depara-se com o seguinte: “Miguel Relvas foi admitido por despacho do director do curso, em 2oo6 e em 2oo7 já estava licenciado, tendo como professor o actual seu secretário de estado”.

Tudo em família política, como se vê! Percebe, então, por que tais relações se harmonizam com a política: são competências para nos fod… a vida!

Só não se entende por que ainda não foi feito um despacho que tornasse licenciado em relações internacionais, sexuais ou outras , logo no acto de inscrição, todo aquele que se filiasse numa jota do PS ou do PSD.

Precisar de seis meses a um ano para se licenciar, ter um professor que se torna seu secretário de Estado, etc., é demais! Representa um enorme desperdício de tempo para quem diz que temos de empobrecer e exige tanta austeridade!


This page is powered by Blogger. Isn't yours?