sexta-feira, fevereiro 29, 2008

 

"se queres conhecer o vilão, põe-lhe uma vara na mão!..."

Valter Lemos tem uma certeza de rigor: a indignação dos professores não é genuína, mas expressa uma conspiração da Fenprof. E «Ana Benavente (qual Maria da Fonte!!!...) anda a cavalgar as posições da Fenprof (...) e não é grande adepta da avaliação do rigor».

E, como é um rapaz muito inteligente, oportuno, solidário e rigoroso, esqueceu-se que Santos Silva era o titular da educação no tempo de Ana Benavente. E Santos Silva nada diz: não se vá pensar que serve para este governo quem tão más provas deu (no entender do competente Valter Lemos), como ministro, no governo de Guterres!

Não há, de facto, quem ultrapasse Valter Lemos no rigorismo. É certo que, no tempo em que era vereador da C. M. de Castelo Branco, foi obrigado a demitir-se em virtude do elevado número de faltas que deu às sessões camarárias. Mas isso foi no tempo em que não era Secretário de Estado. Também é verdade que, para além de ser militante do PS, ninguém lhe reconhece competências profissionais especiais. Mas isso também pouco interessa. Como professor, foi filiado na Fenprof, mas também foi no tempo em que não era Secretário de Estado.

Com tanto rigor, Valter Lemos é o homem certo para o lugar certo. É que ele já conseguiu atingir um outro nível, o nível onde não interessa saber o que é um professor, mas confirmar o Princípio de Peter.


Entretanto, será melhor ouvir o que diz Alvin Toffler, aqui: http://videos.sapo.pt/S6GNyJZ2q6PU6BaUY0jK

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

 

Como acreditar nesta gente?!...

Com Meneses a política fica no grau zero. Não tem ideias, sobrevive politicamente de truques e de copianços. Veja-se só: quer, agora, ser o Sarkozy de Portugal. Ter-se-á esquecido que as Cinhas Jardim e os fotógrafos da Caras já estão comprometidos com Santana Lopes?!...

Só nos faltava esta!...

Depois, percorre todas as organizações dos professores, mas só lá para mais tarde é que poderemos saber as alternativas que propõe para o desastroso sistema de avaliação. Talvez seja a bissectriz de todas as posições que vai conhecendo! E se faltar alguma, Meneses arranjará maneira de torcer o segmento de recta até a atingir.

Entretanto, espera que o “truque” surta efeito. Convencido que, perante a justa contestação dos professores, o sistema de avaliação dos mesmos será interrompido, coloca-se já contra este processo, na esperança de amanhã poder reivindicar a suspensão do mesmo.

Entre Sócrates e Meneses só o tom da voz e a cor das gravatas os conseguem distinguir!

terça-feira, fevereiro 26, 2008

 

No rescaldo do debate sobre a escola

Na tertúlia que, praticamente, tenho todos os dias durante o café da manhã, um denominador comum foi encontrado. Os professores mostraram no debate “Prós e Contras” que têm sentido de responsabilidade e encaram a sua profissão com espírito de missão e a Ministra revelou que não está à altura do cargo que ocupa. Sou o único professor nesta tertúlia e ouvir isso significou, para mim, sentir-me justiçado.

Em tempos, nas sessões de formação que frequentei, fiz um trabalho sobre o que entendo por causas da degradação do ensino. Referi duas:

1ª -Enxertou-se no nosso sistema de organização escolar o conceito de “comunidade educativa” importado pelos que fizeram pós-graduações em Ciências da Educação nos Estados Unidos. O conceito de “comunidade educativa” justificava-se numa tradição de emigrantes, mas não se justifica numa cultura individualista, onde o pequeno grupo de pais que vai à escola apenas está interessado que o seu filho entre em “medicina”, onde pensam que terá futuro garantido. Ou então, que a escola funcione como um depósito, a tempo inteiro, dos seus filhos. As aulas de substituição integraram-se nessa lógica e são o maior embuste que foi criado na escola. Quem por lá anda sabe que é verdade o que digo.

2ª- Desprezou-se o papel social dos professores como formadores de cidadãos responsáveis e profissionais competentes. Hoje não se pede aos professores que transmitam conhecimentos, mas que entretenham os meninos sempre que os seus colegas são obrigados a faltar. E a desautorização disciplinar dos professores levou ao ridículo de introduzir nos conselhos disciplinares regras que tornavam os castigos quase impossíveis de aplicar. O resultado está á vista.

Quem é professor sabe que não é possível exercer esta profissão sem possuir espaço para dar testemunho dum saber e ter autoridade para o fazer respeitar. A escola, hoje, não é um local de trabalho, está entregue a rodriguinhos pseudo-pedagógico-didácticos e tornou-se num sítio de desespero para quem lá trabalha.

Não há, hoje, quem goste de ser professor. E isso deve-se a uma equipa ministerial tão incompetente como arrogante e sem uma ideia para o futuro da escola. E com isso, não é só o futuro dos nossos filhos que está em causa: é também a nossa dignidade colectiva.

 

O “Prós e Contras” sobre a educação

Já não posso ouvir mais a Ministra no programa “Prós e Contras”. Já chega para não ter dúvidas! Sócrates tem de procurar outra equipa para dirigir o Ministério da Educação. Esta Ministra está a leste do que se passa nas escolas.

O que disse uma professora é evidente: para dirigir o ministério da educação qualquer pessoa serve e até parece condição necessária nada perceber sobre o que se passa nas escolas. E a Ministra confirma-o neste programa.

Uma nota interessante: o representante dos pais foi professor. Que pena ter deixado de ser professor para se tornar empresário! E já, agora, que pena ter-se inscrito no PS! Se não fosse empresário e militante empenhado no PS, talvez compreendesse a diferença entre professores e funcionários de uma empresa.

domingo, fevereiro 24, 2008

 

A culpa é dos professores!

Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino é (sem querer apontar dedos) dos professores.

Só pode ser deles, aliás.

Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam.

O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos.

Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.

É evidente que a culpa é deles.

E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita.


Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores.

Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares.

O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças?

Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-la-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento?

Parece-me claro que não. A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento. O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo.

Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater.

Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais -até porque sofro de quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas.

Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão.

Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora, há os professores masoquistas, que são espancados por eles.

Tomando sempre novas qualidades, este mundo. Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano. Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores.

Um cigano em cada escola, é a minha proposta.

Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos esperança. Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem, claramente, não está preparada para o mundo.

Ricardo Araújo Pereira

 


In: sapo. Publicada por pitecos


sábado, fevereiro 23, 2008

 

Fronteiras do diálogo

Enquanto Sócrates ia perorando com seus devotos na FIL, centenas de professores manifestavam-se na Avenida dos Aliados, no Porto, contra as políticas educativas.

Estas manifestações, convocadas por sms, estão a perturbar Sócrates. Já
Manda a PSP identificar os professores que prestam declarações à TV, como, hoje, aconteceu.

Será que o erro das políticas educativas está no direito a informar?!... Ou é mais uma novidade do diálogo das fronteiras?!...

 

Estranho conceito de democracia

Sócrates é um bom feirante. Vê nessa feira intitulada “Novas Fronteiras” que está reunida na antiga FIL “um exemplo e contributo para melhorar a qualidade da democracia”.
E acrescenta: "Ao longo deste anos ouvi muitos que se limitam a descrever o problema da democracia e a lamentar a falta de participação e de abertura dos partidos na nossa democracia representativa. Mas nós não nos limitamos a falar”.

Pois não!.... Nem perde tempo! Mesmo nessa altura, manda a polícia identificar centenas de professores que, convocados por telemóvel, se manifestam no Porto contra as políticas educativas do Governo.É o diálogo das fronteiras!

Mas será que esse encontro de feirantes, num recinto fechado, entre fronteiras, pode, alguma vez, ser a imagem do País?!... Os problemas do País terão algo, por mínimo que seja, a ver com o blá…blá…daquela gente engravatada, sempre a mesma, que gosta de se encostar a quem está no poder?!... Falar para dentro de fronteiras e chamar a isso diálogo numa sociedade aberta?!...

Só nos faltava esta!...
Nem o ridículo cria obstáculos à verborreia de Sócrates.

 

“Porquê tanto ódio, tanto desprezo, tanto ressentimento contra a figura do professor?!...»

«Um sector gritante de extracção de mais valias de biopoder é o da Educação. Pela natureza do trabalho do professor (material e imaterial), é sempre possível fazer crer em que «modernizar» é igual a «gerir bem» igual a «ensinar bem». O que permite retirar o máximo da «modernização em mais valias materiais e imateriais.

Por exemplo, a avaliação dos professores deve ser feita, mas os parâmetros impossíveis impostos pelo ministério, as aberrações nas exigências da assiduidade dos docentes, a quase impossibilidade de obter a nota máxima, as dificuldades extremas em subir na carreira, os estatuto dos avaliadores incompetentes na matéria avaliada, etc. - estão a empurrar os professores para o abandono da profissão e para a reforma antecipada. A Educação sofre um massacre que provoca a fuga dos professores: não é isto um dos objectivos da «contenção», a redução do número dos docentes e dos custos da educação? A racionalidade necessária da avaliação esconde a outra racionalidade imposta pelo défice.
Nisto tudo, uma questão me intriga: porquê tanto ódio, tanto desprezo, tanto ressentimento contra a figura do professor?»

(José Gil, Visão, 21 de Fevereiro de 2008, p. 28)

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

 

SEDES diagnostica mal-estar entre os portugueses

Quem ouve Sócrates a falar do País não sabe de que país fala. Fala dos portugueses, como se os portugueses não fossem todos aqueles que, no dia a dia que passa, não tivessem problemas de saúde, de emprego, de justiça, de qualidade de vida, de incerteza e de desespero. Apela à mobilização dos portugueses, mas são os interesses privados que são privilegiados em relação ao bem-comum, é a arrogância que se sobrepõe ao diálogo e não se percebe que em democracia haja uma incapacidade de se compreender a máxima que caracteriza a vida democrática: «aquilo que se faz para as pessoas não pode ser feito sem as pessoas».

Sócrates fala, fala, fala… mas já ninguém o consegue ouvir. Sente-se, hoje, na sociedade portuguesa um mal-estar que, como diz a SEDES, é difuso, alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional. E isso tem a ver com o distanciamento dos políticos em relação aos cidadãos, a corrupção, a mediocridade reconhecida nos políticos e o darwinismo social que vai cavando o abismo entre ricos cada vez mais ricos e em menor número e pobres cada vez mais pobres e em maior número.

Há um cinismo cruel, quando se convida os portugueses a trabalhar e, ao mesmo tempo, lhes é negado o direito à realização pessoal pelo trabalho ou a esperança no futuro. Hoje, o trabalho é o desespero do dia a dia: ninguém está motivado para o que faz! O desencanto e a ausência de esperança nunca estiveram tão dramaticamente presentes na maioria dos portugueses como, hoje, estão.

Sócrates, o Presidente da República, o Governo e os Partidos metem a cabeça na areia para não verem a realidade. Mas, o País real está aí e o relatório da SEDES não deixa dúvidas.

O pior pode acontecer e não é só a SEDES que diagnostica esta situação. O mal-estar caminha e não se vê saída.
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=328286&tema=27

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

 

Viva o Principe Perfeito!!!

Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo
SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO

(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5,maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".

"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

 

CARTAS DE AMOR

Todas as cartas de amor
são Ridículas.
Não seriam cartas de amor
se não fossem
Ridículas.

Também escrevi,em meu tempo,
cartas de amor como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor,
se há amor,
Têm de ser Ridículas .

Quem me dera o tempo, em que
eu escrevia sem dar por
isso, cartas de amor, Ridículas

Afinal, só as criaturas
que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são Ridículas.....

Fernando Pessoa

Enviado por Amélia Pais.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

 

“Vende-se” mal!...

De acordo com a Marktest, os portugueses não deram grande importância à entrevista “Sócrates - 3 Anos de Governo” Ficou no sexto programa mais visto na passada segunda-feira.
E se houver gente que tenha feito como eu, naturalmente a percentagem de pessoas que ouviram Sócrates diminuirá em muito!
Com ele, o programa vende-se mal!

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

 

Espelho meu!... Espelho meu: haverá alguém mais belo e melhor do que eu?!...

Desisti de continuar a ouvir a entrevista de Sócrates à SIC. Nada mais cansativo do que ouvir o Primeiro-ministro a repetir o mesmo que em outras ocasiões já repetiu. Fala para se ouvir. E segue a velha estratégia de desviar as questões que lhe são colocadas para o que quer “metralhar”no auditório. Pede muitas vezes desculpa para o deixarem falar e acentua que nada lhe daria mais gosto do que fazer o que não faz. Recorre a esse efeito retórico para, sub-repticiamente, fazer crer que os entrevistadores pouco entendem do que só ele sabe acerca da linha justa da governação. Acompanha tudo isto com uma expressão de rosto que leva a crer que está muito sentido por ser muito injustiçado. É assertivo, como indicam as regras da persuasão e estudou os lugares do preferível da retórica para os aplicar com os adjectivos com que julga influenciar o auditório.

Argumentar é responder a perguntas e não teimar no mesmo ponto de vista. Sócrates repetiu-se ao espelho, na esperança de que o espelho o convença. Mas quem está em casa e vive a realidade do dia a dia, sente naturalmente que o Primeiro-ministro fala de uma realidade que nada tem a ver com o que se passa no País.

Sócrates tem, no entanto, uma vantagem: é que o seu opositor, Filipe Meneses, não tem uma ideia para o superar, a não ser analisar o estado de alma do Primeiro-ministro e dizer o contrário do que ele diz, mas isso não serve para fazer oposição.

 

Uma tragédia nunca vem só!...

A tragédia vivida pelos lisboetas que sofreram, hoje, os efeitos das chuvas torrenciais é um reflexo de uma outra tragédia: a incapacidade das autarquias (e dos sucessivos governos) em pensar o direito ao futuro e à qualidade de vida dos seus munícipes.

Penso que foi em 1967 que se deram as grandes cheias de Lisboa. Nessa altura tive directo conhecimento dessa catrástofe, pois estudava na Capital. Lembro-me das críticas que a oposição ao regime salazarista fez e com muita razão. Houve, inclusivamente, muita gente que foi presa.

Os herdeiros dessa oposição estão, hoje, no poder. Que fizeram para minorar os efeitos das chuvas torrenciais, em Lisboa?!... Ou será que os que hoje nos governam nada têm a ver com essa oposição que lutou contra o fascismo?!...

domingo, fevereiro 17, 2008

 

Ilusionismo

O processo do casino de Lisboa é fantástico!...

Depois de ouvirmos Mário Assis Ferreira, Telmo Correia e Santana Lopes ficamos até com a dúvida de saber se existe ou não casino!

O ilusionismo é, de facto, uma arte dos casinos e da política.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

 

Hoje, faria anos Galileu (1546 - 1642)


Poema para Galileo


Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza
della Signoria...
Eu sei...Eu sei...
As Margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar - que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação -
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo
de praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.

Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se estivesse tornando num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os
lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.

Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas - parece-me que estou a vê-las -
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo
tal qual /conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre
e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai, Galileo!
Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste
pequeno mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens
ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo
caindo
caindo
caindo sempre,
e sempre.
ininterruptamente,
na razão directa dos quadrados dos tempos.

António Gedeão
Obra Poética Edições João Sá da Costa 2001

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

 

A proposito do dia dos namorados.

Ao Amor Antigo

O amor
antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

 

Caçados pela cobiça.

No passado domingo, lá fui a mais uma batida ao javali. Desta vez foi em Talhas, uma freguesia do concelho de Macedo de Cavaleiros, com uma beleza telúrica espantosa, tocada pelo rio Sabor.

Não vale a pena procurar no site da autarquia, as raízes históricas que fazem a identidade dessa Terra e desse Povo. Ali só se encontram as façanhas da autarquia, o relato dos “avultados investimentos” que esta faz, mas isso é “coisa” que apenas pode servir à reeleição do autarca, mas não liga o forasteiro a Talhas e ao seu Povo.
Um povo admira-se pela sua história, pelos seus usos, costumes e tradições e não pela propaganda política.

É muito natural que D. Sancho I por ali tenha andado, não só preocupado com o repovoamento da região, mas também praticando o desporto da caça. E sempre com aquela preocupação que caracteriza o deslumbramento dum caçador: nunca usar meios traiçoeiros, de uma superioridade técnica ou racional, que condene de forma absoluta a presa à perfídia do caçador. A caça só tem interesse, se o animal procurado tem a sua chance. Por isso, a lei proíbe as armadilhas.

Não foi com o espírito de caçador que, por certo, a brigada de trânsito, nessa manhã calma, numa recta deserta que termina junto à rotunda de Izeda, montou uma armadilha para caçar apenas monteiros, os únicos que àquela hora se esperaria que por ali passassem.

Dissimulado junto a um caixote de lixo, ficou um radar e algumas centenas de metros a seguir, mesmo no fim da rotunda e escondida pelas árvores prostrou-se, quase sorrateiramente, a brigada de trânsito. E nesse estilo, pouco venatório, foi aplicando a pesada multa (paga na altura e com risco de cassação posterior da carta) aos monteiros que, na condução do seu veículo, se distraíssem da limitação de velocidade fixada por uma sinalética tão desbotada que até parecia sugerir o seu despropósito.


Só escapou uma carroça de burros, abismados com tanta produtividade da GNR!

Naturalmente, percebe-se que o comandante da GNR (que determinou aquele serviço àquela brigada de trânsito) eventualmente pretenda, com o caudal de multas que foram aplicadas aos monteiros, justificar a sua promoção.

Estamos próximo de eleições e o governo precisa de premiar quem caça verbas para os ministros poderem jorrar "obra" por todo o lado, mas não será dessa forma que a causa da luta contra a sinistralidade poderá ser ganha.

Não admira que, com tanta perseguição ao caçador, vinda das brigadas de trânsito, do aumento do preço das licenças, dos impostos nos artigos de caça, do emaranhado nebuloso de complicações para poder caçar, etc., etc., nem os javalis se mostrem disponíveis para aparecer.

O desporto venatório, que fazia a ligação do homem à natureza, do litoral ao interior e promovia a gastronomia regional, a tertúlia, o convívio entre culturas e povos, servindo de fuga ao stress e de descontracção do burburinho das cidades, tornou-se num luxo para elites extravagantes.

Como os caçadores não pertencem a essa “casta”, perseguidos por tanta cobiça, só lhes resta ficar em casa a barafustar contra Sócrates, o que está no Governo.

E, como se vê, com muitas e boas razões!

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

 

Ai, Timor Lorosa´e!

Os dramáticos acontecimentos em Dili, Timor-Leste são deploráveis. Ninguém pode deixar de condenar os atentados contra a vida de Ramos Horta e Xanana Gusmão.

Mas, por mais absurdos que possam parecer estes actos, eles devem-nos levar a uma profunda reflexão. A história tem-nos ensinado que há uma relação directa entre a subida das expectativas e o grau de frustração que o esvaziamento das mesmas causa. E quando essa frustração ultrapassa os limites, surgem os actos de desespero. E quando este desespero não é enquadrado politicamente, a solução são os golpes de Estado violentos.

Por que será que os governantes pouco aprendem com a História?!...

sábado, fevereiro 09, 2008

 

Terá ficado claro?!...

Sempre pensei que (com raras excepções) nas críticas ao termo “precipitação” que foi usado pelo Director Nacional da P.J., a propósito da condição de arguidos do casal McCann, havia dois tipos de mentalidades: a dos dogmáticos da linha dura e justa (com raízes estalinistas e salazaristas); e os que colocaram na sua cabeça a ideia de que os pais de Maddie tinham de ser culpados.

Ambos julgam que o mundo deve girar em conformidade com o que, aprioristicamente, as suas cabeças "bem-pensantes" constroiem, as únicas que são dotadas da "inteligência das coisas" que se passam neste mundo e, naturalmente, no outro.

Hoje, de acordo com a manchete do semanário Expresso, é anunciado que a Polícia Judiciária deverá dar por concluída e arquivar a investigação sobre o desaparecimento de Madeleine.

Será que ainda há por aí quem persista em ser “mais papista que o papa”?!

 

Uma ideia velha!

Manuel Alegre quer criar corrente de opinião dentro do PS. Mas o problema do PS e de todos os partidos não é da falta de opiniões: o que neles mais há é lábia opinativa e o que mais lhes faz falta são métodos que imponham seriedade e sentido de servir a causa pública. Nos partidos não há uma cultura de sentido de Estado, não se respeitam regras e é o “chico-espertismo” que faz sucesso.

A ideia de Manuel Alegre já foi testada: vejam o que aconteceu a Manuel Serra, a Salgado Zenha, etc.?!...

Sem reformas que obriguem os partidos a serem instituições credíveis, os autênticos líderes de opinião acabam por deixar o partido e a dita corrente transforma-se em mais um grupo de interesses.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

 

Até quando?!...

O processo relativo às agressões a Ricardo Bexiga foi arquivado. Conhecido o contexto e o eventual mundo a que se suspeita pertencerem os agressores e seus mandantes, só admira o caso poder espantar.

Pessoalmente, nas minhas intervenções cívicas no Marco de Canaveses fui objecto de telefonemas com ameaças anónimos. O número do telemóvel que foi utilizado para me insultar e ameaçar ficou gravado no meu telemóvel. Participei disso à polícia e ao Ministério Público. Tive a maçada de ter de prestar declarações em diferentes alturas. O desfecho foi o mesmo: arquivamento.

Não haja dúvidas: neste País há mundos inimputáveis!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

 

Uma entidade competente

O PS e o PSD estão dispostos a criar a EPC (Entidade para a Prevenção da Corrupção), em vez de obrigar os que dão sinais evidentes de enriquecimento rápido a provarem como adquiriram a sua fortuna. Assim não recorrem a um “Ónus da prova” que fere, segundo tais partidos, um Estado de direito.

Como geralmente essas comissões nunca chegam a grandes conclusões, naturalmente por falta de experiência na matéria, seria aconselhável que o bloco central fizesse constituir essa entidade com pessoas experientes. Sugerimos, por exemplo, Avelino Ferreira Torres, Fátima Felgueiras e Isaltino Morais. É um trio que constituiria uma entidade acima de qualquer suspeita de incompetência!

 

Honestidade intelectual

Finalmente, há quem diga alto e bom som que temos de deixar aquela mentalidade pacóvia, de esconder debaixo do tapete as dúvidas e incertezas só para fazer crer (lá fora ou cá dentro) que somos "cabeças bem-pensantes" e que a “linha justa” está só connosco. E nessa mentalidade pouco importa as vítimas da “linha justa”. O povoléu, a quem se dirige as "cabeças bem-pensantes", até gosta de ver sangue e sofrimento, porque nunca aprendeu a colocar-se no lugar de quem está a sofrer e sente o martírio da injustiça.

Contrariando os analistas de serviço (cabças bem-pensantes) que enxameiam os meios de comunicação (repetindo-se uns aos outros) o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Rogério Alves, acaba de aplaudir o desabafo de Alípio Ribeiro, Director Nacional da Polícia Judiciária, que considerou poder ter sido precipitada a condição de arguido aplicada aos pais de Madeleine McCann.

E acrescenta: «Eu fico surpreendido como é que uma afirmação feita pelo director da PJ (...) sobre o dia-a-dia da investigação criminal [a constituição de arguidos] faz com que "caia o Carmo e a Trindade" e se peça a sua demissão».


E, para sublinhar a honestidade intelectual de Alípio Ribeiro, lembra: «todos os dias há pessoas que são constituídas arguidas e não são acusadas, outras vezes são acusadas e não são pronunciadas ou então são pronunciadas e são absolvidas, pelo que a afirmação de Alípio Ribeiro teve toda a honestidade intelectual».

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

 

António Vieira

O céu 'strela o azul e tem grandeza.
Este, que teve a fama e à glória tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu também.

No imenso espaço seu de meditar,
Constelado de forma e de visão,
Surge, prenúncio claro do luar,
El-Rei D. Sebastião.

Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
É um dia, e, no céu amplo de desejo,
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.

Fernando Pessoa.
in: Mensagem
Enviado por Amélia Pais

 

Nasceu há 400 anos o Padre António Vieira.

Passam hoje 400 anos sobre o dia em que nasceu um dos maiores prosadores da língua portuguesa: o Padre António Vieira

Este ano é, pois, ano vieirino (e não videirinho – dos videirinhos tem sido os últimos anos do bloco central).

Como homenagem, deixamos um excerto do seu Sermão aos Peixes:

«Guarde-se o peixe que persegue o mais fraco para o comer, não se ache na boca do mais forte», que o engula a ele. Nós o vemos aqui cada dia. Vai o xaréu correndo atrás do bagre, como o cão após a lebre, e não vê o cego que lhe vem nas costas o tubarão com quatro ordens de dentes, que o há-de engolir de um bocado. E o que com maior elegância vos disse também Santo Agostinho: Praedo minoris fit praeda maioris. Mas não bastam, peixes, estes exemplos para que acabe de se persuadir a vossa gula, que a mesma crueldade que usais com os pequenos tem já aparelhado o castigo na voracidade dos grandes?

terça-feira, fevereiro 05, 2008

 

É altura de dizer: basta!...

O critério decisivo da democracia é, desde Atenas, a possibilidade de aprendermos com os erros. O déspota tem o seu "código de honra" que não admite a dúvida e muito menos o erro. Na democracia não há códigos de honra privados, sejam das instituições ou de quem as representam. É que a democracia é um regime aberto, onde a imprevisibilidade faz aumentar as responsabilidades do presente pelas suas consequências no futuro. Em democracia, o fim último da economia, da educação, da política , da investigação criminal, é só um: a dignidade da pessoa humana. Por isso, a soberania dos diferentes orgãos de poder só ganha sentido no servir o valor fundamental da democracia: a justiça, a liberdade e a paz.

Os novos analistas políticos já não pensam assim. Para eles, a política é um jogo e a vida são as peças que eles colocam no tabuleiro de xadrez. Os factos não contam, o que conta são as interpretações aliciantes com que, a priori, deformam os factos. O que lhes interessa é a encenação, o espectáculo, o que possa salvar aparências. Não valorizam, por isso, a honestidade intelectual de quem tem preocupações de verdade no cargo que desempenha. E só há responsabilidade onde há preocupação de verdade.


Ouçam Marcelo Ribeiro de Sousa, o “Professor”, e pensem no que ele diz sobre o Director Nacional da PJ. Pouco lhe interessa o sofrimento que causa à família McCann a suspeita que a condição de arguido lhe possa criar. Muito menos lhe interessa o rigor intelectual de quem é responsável último pela investigação do caso Maddie. Para o Professor, o fundamental é o “não matar” o “código de honra” da polícia. Por isso diz: “se isto (a precipitação) é no processo mais badalado, como é que andarão os processos por aí na Justiça portuguesa?» E toma o acidente da “precipitação” pelo essencial de todas as investigações da PJ, como é o estilo próprio do sofista.

Ouçam o que o ex-bastonário e empresário de advogados Júdice diz. Não lhe interessa saber se é ou não um facto haver crimes sem castigo na hierarquia do Estado ou se a corrupção real (como, p.ex., da promiscuidade entre advogados e políticos) deve ou não ser denunciada! Mais importante que falar da própria realidade, interessa-lhe promover um ataque “ad hominem” e “ad terrorem”. Diz Judice: «António Marinho Pinto é um “demagogo” e com as suas denúncias está a preparar-se para ser candidato às eleições presidenciais de 2011 e ser um outro Chávez»

Com estes analistas, muito honestos e muito explicativos, os factos não são o que são, mas o que já está, aprioristicamente, nas suas falaciosas cabeças; a democracia não é uma instituição onde é possível corrigir erros, mas o sistema que lhes permite fazer do nosso destino um jogo, onde só eles, cinicamente, colocam os dados no tabuleiro da nossa vida colectiva.

É altura de dizer a estes sofistas: basta!....

domingo, fevereiro 03, 2008

 

Sócrates, compensa esse Senhor douto Otero!

Na sequência de uma notícia difundida pelo jornal Público (acumulação por José Sócrates de actividades profissionais no sector privado, entre finais de 1988 e princípios de 1992, com as funções de deputado que exercia em regime de exclusividade), o sr. Prof. Dr. (e mais qualquer coisa…) Paulo Otero, por iniciativa própria (mas para que Sócrates e a Nação estivessem sossegadas com a consciência clara de que tudo é ético no nosso Primeiro) apressou-se a enviar ao Governante e a publicitar (ver LUSA) o seguinte douto parecer:

«O comportamento de José Sócrates enquanto deputado esteve perfeitamente dentro daquilo que era permitido por lei à data dos factos (…) nos termos da legislação ordinária então vigente (...) pois não existia qualquer incompatibilidade entre o exercício das funções de deputado e a sua acumulação com as funções de engenheiro técnico projectista e responsável pelo alvará de uma empresa de construção civil. (Logo…), esse comportamento não foi contrário aos padrões éticos então vigentes».

E para que não houvesse dúvidas apoiou a sua douta doutrina na seguinte evidência: «O Estatuto Remuneratório dos Titulares de Cargos Políticos vigente na altura era a Lei nº 5/85 de 09 de Abril, a qual não define o que seja o exercício de deputado em regime de exclusividade, pelo que este se torna um conceito vazio de operatividade jurídica».

Querem melhor?!...

Para o Douto Otero o que a lei não alcança, a ética também não atinge. Se a lei é vazia, todo o chico-espertismo dos vícios privados e virtudes públicas fica prenhe de ética para sossego da alma do Engenheiro do fax e do sentido da moral do Douto Prof. Dr. Catedrático Otero.

Sábia doutrina que os doutos seus colegas da Grécia antiga já traduziam na seguinte máxima: «o Homem (neste caso Sócrates ou Otero) é a medida de todas as coisas» - do que é ético e do que não é!

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