domingo, abril 30, 2006

 

1º de Maio – Dia Mundial do Trabalho

A ideia de criar “O Dia Mundial do Trabalhador” surgiu em 1889, num Congresso Socialista (e não, evidentemente, do PS) realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu no dia 1º de Maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Neste dia, milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 15 horas para 8 horas diárias. Manifestações, passeatas, piqueniques e discursos movimentaram a cidade de Chicago, até que a policia interveio para pôr fim aos discursos com uma repressão cruel: foram feitas prisões, houve feridos e mortos nos confrontos entre os operários e a polícia. E, para servir de “aviso” aos trabalhadores, os governantes de Chicago decidiram condenar à forca os principais lideres desse movimento: Parsons, Engel, Spies, Fischer e Lingg.

O massacre ao movimento grevista de Chicago passou a simbolizar a luta pelo direito ao trabalho e contra a exploração e as injustiças sociais. E o 1º de Maio tornou-se num dia de luta de todos os trabalhadores por um mundo mais justo e mais humano. Em muitos regimes ditatoriais, este dia ficou marcado por uma repressão cruel e mesmo com mortos. Assim aconteceu, entre nós, durante o fascismo.

Com o 25 de Abril, o 1º de Maio tornou-se num segundo 25 de Abril. Mas, a festa que o 1º de Maio significava de Abril vai dando lugar á necessidade de a tornar em jornada de luta.

A nova revolução tecnológica não está a ser acompanhada de medidas que, possibilitando reconversões profissionais, evitem o crescente desemprego. Por outro lado, a globalização dos mercados vai promovendo a deslocação de empresas e a falência de muitas outras que não podem concorrer com os produtos que chegam dos mercados do oriente. Regressaram as jornadas longas com salários baixos e a nova ordem neo-liberal pretende acabar com a função social da empresa, promovendo a flexibilização das leis laborais e, numa lógica de “usar e deitar fora” muitas empresas descartam-se dos seus trabalhadores sem respeitarem os direitos que os mesmos adquiriram.

Até o que resultou dos impostos que nos foram cobrados para nos dar direito a uma velhice digna já estão postos em causa. A reforma, sobretudo da Função Pública, vai sendo protelada e a esperança de um mundo melhor vai-se desvanecendo, revelando impiedosamente a face cruel de um darwinismo social, que torna os ricos cada vez mais ricos e em menor número e os pobres cada vez mais pobres e em maior número.

Na Ásia, haverá cerca de 146 milhões de crianças a produzir nas fábricas os produtos que concorrem a baixo preço com os produzidos pelos nossos trabalhadores, provocando o encerramento das nossas empresas. Para além desta exploração laboral, segundo as Nações Unidas, em cada ano que passa, mais de um milhão de crianças são lançadas no comércio sexual. Os direitos humanos parecem não contar na lógica do lucro.

Tornou-se pequena a distância que nos separa da infância do capitalismo.


Mártires de Chicago:

Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados.
Lingg (ao centro) suicidou-se antes de ser enforcado.

Spies, antes de ser enforcado declarou:

"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"

Parsons, também tomou a palavra para dizer:

"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Fez um relato da ação dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e falou de seus ideais:

"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo".


Em memória da luta dos mártires de Chicago, das reivindicações dos trabalhadores que vão produzindo a riqueza que poderia tornar as sociedades mais justas, contra uma nova escravatura, vamos manifestar-nos neste dia 1º de Maio pelo direito ao Trabalho e a um mundo mais HUMANO e, por isso, mais JUSTO.

 

No Mundo e por cá...

Milhares de pessoas manifestaram-se, ontem, em Paris, contra um projecto-lei que endurece as condições de entrada e permanência de imigrantes em França, mas favorece a de «estrangeiros cuja personalidade e talentos pressuponham um benefício para o desenvolvimento» do país, como cientistas, artistas e técnicos de informática, que poderão ter autorizações de residência de três anos.
Organizações de imigrantes, religiosas e de trabalhadores consideram este projecto-lei como de «imigração descartável.
O presidente da Conferência Episcopal Francesa, arcebispo Jean-Pierre Ricard, defende ser necessário «encontrar o equilíbrio entre um laxismo irresponsável e um cerco quase xenófobo, um equilíbrio entre firmeza e humanidade». O presidente da Federação Protestante, Jean-Arnold de Clermont comentou que «não há só que escolher os homens e mulheres que virão minorar as nossas insuficiências, como há também que atender às necessidades dos países e dar formação».
Enquanto decorria a manifestação, cerca de 40 imigrantes indocumentados ocuparam a Basílica da Sagrada Capela, no interior do complexo do Palácio da Justiça, reclamando a retirada do projecto-lei de Sarkozy e a libertação de cinco indocumentados detidos num centro de retenção administrativa.


O primeiro-ministro italiano cessante, Silvio Berlusconi, anunciou que apresentará terça-feira a sua demissão ao Presidente da República italiano, Carlo Azeglio Ciampi.
O comunista Fausto Bertinotti, de 66 anos, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados e Franco Marini, de 73 anos e de centro-esquerda, presidente do Senado.


Por cá:

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, revelou querer fazer um roteiro com o Governo e com as instituições públicas que se empenham no combate à exclusão. A iniciativa, que «não será uma presidência aberta, mas um roteiro para a inclusão», pretende «mobilizar a sociedade civil para o combate à exclusão».

O primeiro-ministro, José Sócrates, e o ministro da A
gricultura, Jaime Silva, foram recebidos em Vila Flor com manifestações de apoio e protesto à política agrícola do Governo.
De um lado da rua assobios; do outro lado, aplausos e cartazes a pedir ao minis
tro para «acabar com os tubarões» e a considerarem que «a causa que o ministro da Agricultura de
fende é justa».

A Comissão Europeia decidiu hoje pedir a 11 Estados-membros, entre os quais Portugal, o reembolso de 128,2 milhões de euros «gastos indevidamente» do orçamento da Política Agrícola Comum (PAC).O executivo comunitário conclui que Portugal tem um «sistema de controlo inadequado à prevenção de irregularidades» e pede a Lisboa a devolução de 3,14 milhões de euros
.




sábado, abril 29, 2006

 

Petição por Darfur (Sudão Ocidental)

"A organização Human Rights First (Prioridade aos Direitos Humanos) quer reunir 200 000 assinaturas para representar as vítimas das atrocidades no Darfur (Sudão).

A Comunidade internacional estima em 180 000 a 400 000 as vítimas de assassínio, violação e deslocalização. Pelo menos 2 000 000 de pessoas foram forçadas a deixar as suas casas e estão ainda no Sudão ou em campos de refugiados no vizinho Chad.

A situação tem sido classificada pela ONU como extremamente grave. No passado fim-de-semana o governo do Sudão impediu que os comissários das Nações U
nidas entrassem na região. Só a intervenção da comunidade internacional poderá fazer com que a tragédia não seja ainda maior.
Esta petição será entregue ao Presidente George Bush e ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

Pelo menos meio milhão de crianças foram obrigadas a abandonar as suas casas em Darfur – e muitas delas foram vítimas directas ou testemunhas de uma violência tremenda.

A sua assinatura pode fazer a diferença."
Subscreva-a em: in Boletim de Informação, n.º 8, Ano 2006 da AMCV

http://www.humanrightsfirst.org/international_justice/darfur/voices/index.aspx?source
( www.amcv.org.pt )

 

Um amor como este

Um amor como este
não pede mar ou praia:
somente o vento leste
erguendo a tua saia.

O resto é o futuro
além, à nossa espreita:
doce fruto maduro
na hora da colheita.


Daniel Filipe (1925-1964)

Enviado por Amélia Pais
http://barcosflores.blogspot.com/

quinta-feira, abril 27, 2006

 

Viva a Freguesia de ARIZ ! Viva o 25 de Abril !

Comemorou-se, hoje, o 25 de Abril na Freguesia de Ariz, no Marco de Canaveses

Da intervenção da Associação dos Amigos do Marco sobressaíram as seguintes ideias:

A democracia não é só um regime de regras, mas é também um regime de promoção de valores

Um valor é uma medida de um comportamento que merece estima, admiração e, por isso, deve ser reconhecido como uma referência a imitar.

Ariz é, hoje, no País conhecida como a Freguesia que soube marcar a diferença, orientando a sua acção e as suas escolhas democráticas pelos valores da honra, da verticalidade e da resistência ao oportunismo, à demagogia e à cultura do “chico-espertismo” (desenvolvida pelo consulado de Avelino Ferreira Torres).

Um aldrabão, um demagogo, um qualquer ditador pode enganar duas, três ou quatro dezenas de pessoas. É estranho, mas pode acontecer!!!

Mas, quando vemos dezenas de milhares de pessoas a se deixarem enganar por um aldrabão ou demagogo, é porque muita dessa gente se está a aproveitar das vantagens das aldrabices ou da demagogia. E todos esses que colaboram com um aldrabão ou demagogo, o que querem é excluir os outros, os que se batem pela honra e pela dignidade, de “bens” que oportunistamente desejam só para si.

Qualquer demagogo, qualquer aldrabão e mesmo qualquer tirano deixava de o ser, se não houvesse quem se aproveitasse da demagogia, da aldrabice e da tirania. E disto, ninguém pode acusar a Junta de Freguesia de Ariz e a maioria da sua população

Ariz marcou a diferença e foi prejudicada por orientar os seus procedimentos pelos valores da verticalidade, da honra e da dignidade, ao ponto de nem sequer móveis possuir, até ontem, as suas instalações.

Ariz não foi igual às outras freguesias do Concelho do Marco. Tratar de forma diferente o que não é igual, não significa segregação ou vingança, mas dever de fazer justiça e reconhecer valores.

Não é justo, aos olhos da própria justiça, colocar no mesmo saco a verticalidade e o oportunismo, a dignidade e a hipocrisia, a honra e a ignomínia.

Porque Ariz soube dizer não ao que era fácil, a Associação dos Amigos do Marco presta, neste 25 de Abril, a sua homenagem à junta de Freguesia de Ariz e à população que esteve sempre ao seu lado,batendo-se (durante o buraco negro do regime de Avelino) pela liberdade contra o servilismo, pela honra contra a ignomínia, pela democracia contra a demagogia.

Viva Ariz!

Viva a Liberdade!

Viva o 25 de Abril!

terça-feira, abril 25, 2006

 
http://barcosflores.blogspot.com/

 

Não apaguem a memória!

Armanda é, hoje, avó. Foi presa aos 15 anos. A PIDE/DGS queria saber se os seus pais faziam reuniões estranhas em sua casa durante a noite, se diziam mal de Salazar, se falavam de liberdade e de Humberto Delgado. Armanda sabia que os seus pais já tinham sido torturados por serem acusados dessas “coisas”. Armanda olhava para os PIDES, mas ficava em silêncio, não falava. Tinha encravado a voz para não denunciar a família.
Passados cinco dias, Armanda foi solta e passou a sofrer de gaguez. Corino de Andrade conseguiu, após dois anos, restituir-lhe a capacidade de falar.
Armanda casou com o Hernâni que foi muitas vezes preso pela PIDE. Já faleceu.

A vida de Armanda foi dificil e de muito sofremento!
Armanda, no dia 25 de Abril, quer que a memória não se apague. Por isso, desde que a democracia foi restabelecida, visita neste dia, logo de manhã, a campa do seu marido e de seguida, acompanhada dos seus filhos e, agora, dos seus netos, vai até às instalações da PIDE e conta-lhes a história da sua luta, da luta do seu marido e dos seus familiares contra o fascismo, a miséria e a ditadura. Indica aos seus netos os locais de tortura, as celas da prisão e as razões do sofrimento que fez a história da sua família.
Para que a memória não desapareça, Armanda, junto dos seus netos, em frente às antigas instalações da PIDE, repetiu, hoje, o que já havia contado aos seus netos: falou, para todos os que ali estavam, da sua luta, da luta dos melhores de nós, contra a opressão, a miséria e o fascismo. Contou tudo isso, hoje, no dia 25 de Abril, e agradeceu aos capitães de Abril a revolução dos cravos que nos devolveu a liberdade de falar para criticar, tomar posição sobre o que está errado e defender um melhor futuro para os nossos netos.
Para Armanda o 25 de Abril rasgou uma noite de sofrimento e opressão e abriu manhãs de esperança. E a esperança não se apagará, se os nossos netos lutarem por uma democracia que dê sentido ao Futuro e continuarem a dizer: “Fascismo nunca mais!!!”

segunda-feira, abril 24, 2006

 
Esta é a madrugada que eu esperava
0 dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia Mello Breyner


 

Viva o 25 de Abril!

Alberto João Jardim recusa comemorar o 25 de Abril e nem sequer vai estar na Madeira.

O 25 de Abrl é a festa da liberdade, da fraternidade e do amor à Pátria, terra onde nascemos, criamos amigos e construimos o futuro dos nossos filhos.

O 25 de Abril não é um carnaval.

Felizmente, este ano, na Madeira, o 25 de Abril não fica conspurcado.

Viva o 25 de Abril!

sábado, abril 22, 2006

 

Viva o Campeão!

O F.C.P, na 32º jornada, conquistou o 21º título do seu historial, com um golo de Adriano na conversão de uma grande penalidade.

A vitória (1-0) sobre o Penafiel ficou “manchada” por uma invasão do campo do Estádio 25 de Abril pelos adeptos portistas, antes do final da partida (faltavam três minutos).

Os jogadores refugiaram-se nos balneários e o árbitro Augusto Duarte foi obrigado a esperar alguns minutos para finalizar a partida.

Com o triunfo do Porto, o treinador Co Adriaanse alcançou oprimeiro título na sua carreira.

Os nossos parabéns ao F.C.P. Campeão da Liga!

sexta-feira, abril 21, 2006

 

É “truque” ou mudança de método?!...

Segundo o Diário de Notícias, uma mudança de método permitiu que o desemprego tenha diminuído (0,9%) e o emprego crescido (69,6%) , durante o passado mês de Março. Há quem diga que ninguém nos bate na “vermelhinha”.

O problema é que um País não vive de “truques” e não se pode iludir toda a gente ao mesmo tempo e durante todo o tempo.

 

Um comentário oportuno.

Retratos do trabalho nos blogs

«José Pacheco Pereira ataca mais uma vez quem participa em blogs e produz comentários que não lhe agradam. O maior comentador encartado dos media que temos, parece não suportar de todo quem o afronta e não lhe apara o que escreve, diz ou mostra. E por isso, de vez em quando ajusta contas, por escrito. Esta foi uma delas.Vamos então às contas, a ver se estão certas e verificar afinal quem deve o quê e a quem.

JPP parece não perceber, no escrito que produziu hoje no Público e reproduziu no seu blog, algumas ideias que se podem resumir assim:

1. Os blogs ( ainda) não têm a importância que alguns lhes costumam dar. A prova? A iniciativa pífia acerca da exigência do estudo sobre a OTA e o TGV. Embandeirou em arco, lançou foguetes e foi apanhar as canas, para pouco tempo depois, meter a viola no saco. Outra prova? Secundou uma iniciativa de um outro blog que começa com a letra B, no sentido de perseguir as bruxas feitas familiares e amigos dos que estão no poder, para denunciar publicamente nepotismos duvidosos. Debalde, igualmente. E sem vergonha alguma, também. Só esses dois factos deveriam fazer recolher o ego, fosse a quem fosse, para um recato consentâneo com o estatuto de anódino.

2. Há inúmeros blogs pessoais e intransmissíveis e outros colectivos, muito para além do elenco previsível da meia dúzia, onde pesca informação e opinião e onde vai espreitar. Sim, espreitar, porque só quem espreita para as caixas de comentários pode saber os nomes dos comentadores…citando-os expressamente para os englobar a todos na ignomínia que produziu, insultando-os por junto.

3. Os comentadores anónimos apenas quanto à identidade completa e referenciáveis no uso do pseudónimo que escolhem, são a corrente comum dos blogs e dos sites onde se admitem comentários, em todo o lado, na Net. Por exemplo, nos sites dos jornais, o grau de intervenção de comentadores “anónimos” não difere muito daquele que se observa em alguns blogs.Pelo contrário, nalguns casos, a violência escrita será ainda maior e denotativa de uma indignação popular que muitos tendem a confundir com populismo, que funciona agora na sempiterna novilíngua, no lugar de “fassismo”. Quanto a esse populismo e a essa indignação verbalizada e escrita, não vejo grande diferença entre o que se escreve em comentários de blogs e o que se diz no Fórum da TSF… Assim, a actividade centrada em “dizer mal de tudo e de todos” nem sendo apanágio exclusivo dos comentadores de blogs, ou até mesmo de certos autores de blogs que se encarniçam particularmente, expondo ódios de estimação contra crenças religiosas, clubes, partidos e correntes políticas, também encontra grande e clamoroso eco nos lugares de encontro social, como se reconhece no escrito. Além disso, essa putativa maledicência, nem é assim tão contundente quanto poderia ser. Somos mesmo de brandos costumes, apesar de tudo.Para comprovar, basta uma busca com guia a certos sites na net, de índole política...e estrangeiros.No entanto, por cá, Irá JPP sugerir que se policiem os lugares públicos à cata dos subversivos maledicentes? Não anda muito longe disso e já houve um tempo em que isso assim acontecia.

Finalmente, há maledicência e maledicência. E exemplos de maledicência bem mais grave.Atente-se neste, recente ( de ontem): Alguém, num programa de tv de grande audiência, dizer publicamente que os deputados que temos no Parlamento, na sua maior parte, “são pessoas que nunca, num país civilizado, deveriam ser deputados”!Isto é que é a real thing!Ao pé disto que podem valer umas atoardas acéfalas ou burgessas, proferidas por indivíduos que nem se sabe quem são, numa qualquer caixa de comentários, num blog qualquer?!

Com aquela sentença e duma penada, põe-se em causa todo o sistema de escolha democrática e de organização interna dos partidos! Duma penada, quem proferiu tal tirada, coloca-se naturalmente a si próprio, no patamar superior da inspecção democrática e da sindicância política de todo um sistema!E se por acaso, for alguém que ao longo da vida aproveitou como poucos o fizeram, as virtualidades de tal sistema, como é que o poderíamos definir?!Um Sem-vergonha, digo eu que sou anónimo e não quero ofender muito».

Publicado por josé

in:http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/

quinta-feira, abril 20, 2006

 

O que têm "debaixo de olho" os deputados?!...

"Diz-me o que tens debaixo de olho e eu digo-te o que te preocupa"-- É um aforismo que, aplicado aos deputados, nos ajuda a perceber as políticas que estes aprovam.

Ora, consultando o registo de interesses, declarado pelos próprios deputados, verifica-se o seguinte: na bancada do PS existem 18 empresários e 17 advogados; na do PSD 15 empresários e outros tantos advogados; e na bancada do CDS, pelo menos, há dois empresários.

Compreende-se, então, que os deputados faltem muito às sessões da Assembleia da República. Pelos vistos, têm outros interesses debaixo de olho. E não digam que esta consideração se inscreve num "tradicional mal-dizer" dos deputados ou do parlamento!...


O melhor é perguntar: a finalidade dos partidos e do eleger deputados harmoniza-se com tais interesses?!...

E, se não cumprem a finalidade que lhes dá razão de ser, o que poderemos concluir?!...

quarta-feira, abril 19, 2006

 

Faz, hoje, 500 anos...

O massacre de Judeus é, hoje, assinalado no Rossio com quatro mil velas acesas e, ainda, com a inauguração de um memorial no Largo de São Domingos, (um dos palcos principais da tragédia) para avivar a memória desse banho de sangue.

Uma multidão enraivecida, apoiada pelas marinhas alemã, holandesa e francesa, massacraram homens, mulheres e crianças judias nas ruas da capital, correspondendo ao apelo dos frades que os acusavam de não reconhecer milagres e garantiam que quem matasse um judeu, veria esquecidos os pecados de cem dias.

O anti-semitismo de muitos historiadores deixou cair no esquecimento este massacre de Judeus (já expulsos pela inquisição de Espanha) que, para viverem em Portugal, se “converteram” ao cristianismo-- os “cristãos-novos”.

Nunca é demais lembrar este episódio já contado num post deixado mais abaixo.


A memória do mal ajuda-nos a combater as circunstâncias que permitem que o mal se repita.

terça-feira, abril 18, 2006

 

"Se não receio o erro, é só porque estou sempre pronto a corrigi-lo"

BENTO DE JESUS CARAÇA
Matemático, professor, político: 1901- 1948

«NÓS SOMOS AS NOSSAS IDEIAS»

1901: Nasce a 18 de Abril em Vila Viçosa. - 1902: É levado para as Aldeias de Montoito, onde o pai é feitor. - 1911: Termina a escola primária com distinção. Vai para o Liceu em Santarém. - 1913: Vai para Lisboa. Frequenta o Liceu Pedro Nunes. - 1918: Inscreve-se no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG). - 1919: Adoece gravemente com doença reumática, com sequelas cardíacas. É nomeado 2.º assistente do ISCEF. - 1923: Obtém a licenciatura. - 1924: É nomeado 1.º assistente. - 1927: É nomeado professor extraordinário. - 1929: Concurso público com alto louvor e ascende à cátedra de Matemáticas Superiores. - 1930: Publica as suas lições em livro “Interpolação e Integração Numérica”. - 1933: Conferência na União Cultural Mocidade Livre: “A Cultura Integral do Indivíduo - problema central do nosso tempo”, na qual esboça um programa de intervenção cultural, científica e pedagógica. - 1935: 1.º volume das “Lições da Álgebra e Análise”. - 1936: Funda com outros recém doutorados nas áreas da matemática e física o Núcleo de Matemática, Física e Química. - 1937: publica em 2 volumes “Cálculo Vectorial”. - 1938: Funda com os professores Mira Fernandes e Beirão da Veiga o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia, numa tentativa de trazer a econometria para Portugal. - 1941: Funda a “Biblioteca Cosmos”, edição de livros de divulgação científica e cultural; publica o 1.º volume dos “Conceitos Fundamentais da Matemática”. - 1943: Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática. - 1944: Faz parte da direcção do MUNAF (Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista) criado em Janeiro. - 1945: Faz parte da comissão executiva do MUD (Movimento de Unidade Democrática). - 1946: O Conselho de Ministros determina a sua expulsão da cátedra universitária e fica proibido de exercer a docência. - 1948: Morre em Lisboa, no dia 25 de Junho, vítima de doença cardíaca.

In:http://www.vidaslusofonas.pt/bento_j_caraca.htm

segunda-feira, abril 17, 2006

 

Para que a memória do massacre de Judeus nos dias 19,20 e 21 de Abril não se apague.

«Ser judeu é lembrar – reclamar o nosso direito à memória bem como o dever de a manter viva.Através do passado recente encontro-me com as minhas origens distantes, retornando a Moisés e Abraão. É também em seu nome que eu comunico a minha busca. Quando um judeu reza, as suas orações enlaçam-se às de David e do Besht. Quando um judeu desespera, é a tristeza de Jeremias que o faz chorar. A memória dos judeus ganha força na memória do seu povo e, para além dela, da humanidade.Porque a memória é um bem: cria laços em vez de os destruir. Laços entre o presente e o passado, entre indivíduos e grupos. É por me lembrar do nosso princípio comum que me aproximo dos meus semelhantes, de todos os seres humanos. É por me recusar esquecer que o seu futuro é tão importante quanto o meu. Que seria o futuro da humanidade se fosse desprovido de memória?»

Elie Wiesel, prémio Nobel da Paz, retirado do prefácio do livro “From the Kingdom of Memory”, Summit Books, New York, 1990.

Vamos todos acender uma vela para lembrar simbolicamente as quatro mil vítimas do massacre de 19, 20 e 21 de Abril de 1506, nos dias em que passam 500 anos sobre o acontecimento.

In:http://ruadajudiaria.com/

 

A matança e a pilhagem

«Ea na Primavera de 1506. A irregularidade das estações nos dois anos antecedentes, irregularidade que se protraiu até ao ano seguinte, deu em resultado a fome. Ainda naquela época a falta de subsistências trazia, em regra, por companheiro um flagelo, então trivial, não só por esta, mas também por outras causas. Era a peste.Desde Janeiro que a peste redobrava de intensidade em Lisboa, e nos princípios de Abril era tal o progresso da epidemia que a mortalidade subia em alguns dias ao número de cento e trinta indivíduos. Faziam-se preces públicas, a 15 do mês ordenou-se uma procissão de penitência, que, saindo da Igreja de S. Estevão, se recolheu na de S. Domingos, seguindo-se a celebração de preces solenes. Durante elas o povo implorava em gritos a misericórdia divina. No altar da capela chamada de Jesus havia naquele tempo um crucifixo, e no lado da imagem do Salvador um pequeno receptáculo, que servia de custódia a uma hóstia consagrada. No excesso da exaltação religiosa houve quem cresse ver aí, e talvez visse, uma luz estranha. Espalhou-se logo voz de milagre. Ou que os dominicanos, aproveitando a ilusão, realizassem artificialmente a suposta maravilha ou que a credulidade, fortalecida pelos terrores da peste, predispusesse cada vez mais a imaginação do vulgo para ver aquele singular clarão, é certo que ainda nos dias seguintes havia quem afirmasse divisá-lo perfeitamente. Todavia, o voto mais comum era que essa maravilha não passava de uma fraude, e ainda muitos dos mais crentes suspeitavam que o facto existira apenas nas imaginações encandecidas. Durante quatro dias a crença no prodígio foi ganhando vigor. No domingo seguinte ao meio-dia, celebrados os ofícios divinos, examinava o povo a suposta maravilha, contra cuja autenticidade recresciam suspeitas no espírito de muitos dos espectadores. Achava-se entre estes um cristão-novo, ao qual escaparam da boca manifestações imprudentes de incredulidade acerca do milagre. A indignação dos crentes, excitada, provavelmente, pelos autores da burla, comunicou-se à multidão. O miserável blasfemo foi arrastado para o adro, assassinado e queimado o seu cadáver. O tumulto atraíra maior concurso de povo, cujo fanatismo um frade excitava com violentas declamações. Dois outros frades, um com uma cruz, outro com um crucifixo arvorado, saíram então do mosteiro, bradando heresia, heresia! O rugido do tigre popular não tardou a ressoar por toda a cidade. As marinhagens de muitos navios estrangeiros fundeados no rio vieram em breve associar-se à plebe amotinada. Seguiu-se um longo drama de anarquia. Os cristãos-novos que giravam pelas ruas desprevenidos eram mortos ou malferidos e arrastados, às vezes semivivos, para as fogueiras que rapidamente se tinham armado, tanto no Rossio como nas ribeiras do Tejo. O juiz do crime, que com os seus oficiais pretendera conter o motim, apedrejado e perseguido, teria sido queimado com a própria habitação, se um raio de piedade não houvera momentaneamente tocado o coração do tropel furioso que o perseguia, ao verem as lágrimas da sua esposa, que desgrenhada, implorava piedade. Os dois frades enfureciam as turbas com os seus brados, e guiavam-nas com actividade infernal naquele tremendo lavor. O grito de revolta era: Queimai-os! Quantos cristãos-novos encontravam arrastavam-nos pelas ruas e iam lançá-los nas fogueiras da Ribeira e do Rossio. Nesta praça foram queimadas nessa tarde trezentas pessoas, e às vezes, num e noutro lugar, ardiam a um tempo grupos de quinze ou vinte indivíduos. A ebreidade daquele bando de canibais não se desvaneceu com o repouso da noite. Na segunda-feira as cenas da véspera repetiram-se com maior violência, e a crueldade da plebe, incitada pelos frades, revestiu-se de formas ainda mais hediondas. Acima de quinhentas pessoas haviam perecido na véspera: neste dia passaram de mil. Segundo o costume, ao fanatismo tinham vindo associar-se todas as ruins paixões, o ódio, a vingança covarde, a calúnia, a luxúria, o roubo. As inimizades profundas achavam no motim popular ensejo favorável para atrozes vinganças, e cristãos-velhos foram levados às fogueiras com os neófitos judeus. Alguns só obtinham salvar-se mostrando publicamente diante dos assassinos que não eram circuncidados. As casas dos cristãos-novos foram acometidas e entradas. Metiam a ferro homens, mulheres e velhos: as crianças arrancavam-nas dos peitos das mães e, pegando-lhes pelos pés esmagavam-lhes o crânio nas paredes dos aposentos. Depois saqueavam tudo. Aqui e acolá, viam-se nas ruas alagadas de sangue pilhas de quarenta ou cinquenta cadáveres que esperavam a sua vez nas fogueiras. Os templos e os altares não serviam de refúgio aos que tinham ido acoitar-se à sombra deles e abraçar-se com os sacrários e as imagens dos santos. Donzelas e mulheres casadas, expelidas do santuário, eram prostituídas e depois atiradas às chamas. Os oficiais públicos que por qualquer modo buscavam pôr diques a esta torrente de atrocidades e infâmias escapavam a custo, pela fuga, ao ímpeto irresistível das turbas concitadas; porque além da gente dos navios estrangeiros, mais de mil homens da plebe andavam embebidos naquela carnificina. A noite, que descia, veio, afinal, cobrir com o seu manto este espectáculo medonho, que se renovou no dia seguinte. Mas já as hecatombes eram menos frequentes, porque escasseavam as vítimas. Os cristãos-velhos que ainda acreditavam em Deus e na humanidade tinham aproveitado o cansaço dos algozes para salvar grande número daqueles desgraçados, escondendo-os ou facilitando-lhes a fuga, inútil até certo ponto, porque ainda vários deles foram assassinados nas aldeias circunvizinhas. (…) À medida que faltavam alfaias que roubar, mulheres que prostituir, sangue que verter, a multidão asserenava, e os filhos de S. Domingos, recolhendo-se ao seu antro, iam repousar das fadigas daquele dia.»

Alexandre Herculano. in: História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1855).

domingo, abril 16, 2006

 
Páscoa Feliz

sábado, abril 15, 2006

 
1931-2006
75 anos de instauração da II República espanhola.
De 1936 a 1939 durou a guerra civil espanhola.

De um lado, estavam as forças do chauvinismo e do fascismo, apoiadas pela monarquia, o exército e os sectores mais ortodoxos da igreja que procuravam manter os seus privilégios de classe; do outro lado, estava a Frente Popular Republicana, apoiada pelos sindicatos, partidos de esquerda que queriam a democracia e evitar o avanço do nazi-fascismo que já havia conquistado Itália (em 1922), a Alemanha (em 1933) e a Áustria (em 1934).

Nesta guerra confrontaram-se duas visões ideológicas que marcaram o século XX. Por isso, a guerra civil não foi um acontecimento puramente espanhol, mas europeu. Nela se envolveu a Alemanha nazi e a Itália fascista, apoiando o golpe do general Franco, e a União Soviética que se solidarizou com o governo Republicano.

Foi o acontecimento mais traumático que ocorreu antes da segunda guerra Mundial. Na guerra civil espanhola morreram milhões de pessoas, entre as quais, muitos portugueses que lutaram pelo internacionalismo socialista, contra o fascismo e o nazismo.

Para que a memória de milhões de pessoas que morreram nesta guerra civil não se apague, basta visitar um qualquer cemitério espanhol e ver como se dispõem as cruzes que assinalam os que aí foram sepultados.
Para quando uma homenagem às vitimas da guerra civil e da ditadura de Franco?!...

sexta-feira, abril 14, 2006

 

Como se fazem os folares da Páscoa?

Começa por se fazer o fermento da massa (no dia anterior).
Depois deita-se a farinha na masseira. Junta-se-lhe o fermento, uma pinguinha de água e fermento inglês. Desfaz-se o fermento na massa e vão-se juntando os ovos mornos. Os ovos são partidos para um tacho e são aquecidos com água quente. O azeite também é quente com um bocadinho de manteiga.

Amassa-se a massa que fica a “dormir” na masseira. Depois de lêveda, a massa é dividida pelas assadeiras sendo-lhe misturada a carne.
Variedade de carnes: chouriço, salpicão, toucinho.

Repousa de novo.

O forno aquece-se de preferência com lenha de estevas e carrasco. Utiliza-se um “ranhadouro” para distribuir as brasas de forma que o forno fique uniformemente aquecido. Para verificar se está bom, introduz-se uma folha de papel lá dentro que se deve consumir sem fazer chama.

Antes de irem ao forno, os folares são “burnidos” com gema ovo batido, para ficarem com melhor aspecto depois de cozidos.

In:http://www.bragancanet.pt/brunhoso/pascoa.htm

 
«Queria que as cidades fossem grandiosas, arejadas, banhadas por águas claras, povoadas por seres humanos cujo corpo não tivesse sido deteriorado pelas marcas da miséria ou da servidão, nem pela vaidade de uma riqueza grosseira. Queria que as escolas fossem frequentadas por jovens que não ignorassem jogos nem artes; que os pomares produzissem os mais belos frutos e os campos as mais abundantes colheitas.»

Marguerite Yourcenar --" Memórias de Adriano"

quinta-feira, abril 13, 2006

 
Mesmo que um dia o teu espelho te não mostre mais que um retrato deformado onde não ouses reconhecer-te, existirá sempre noutro sítio o reflexo imóvel de ti. E desse modo imobilizarei a tua alma também.Tu já não me amas. Se consentes em ouvir-me durante uma hora é porque somos sempre indulgentes com aqueles que vamos deixar. Ligaste-me e agora desligas-me. Não te censuro, Gherardo. O amor de alguém é sempre um presente tão inesperado e tão pouco merecido que devemos espantar-nos que não no-lo retirem mais cedo. Não estou inquieto por aqueles que ainda não conheces, ao encontro de quem vais e que porventura te esperam: aquele que eles vão conhecer será diferente daquele que eu julguei conhecer e creio amar. Não se possui ninguém (mesmo os que pecam não o conseguem) e, sendo a arte a única forma de posse verdadeira, o que importa é recriar um ser e não prendê-lo. Gherardo, não te enganes sobre as minhas lágrimas: vale mais que os que amamos partam quando ainda conseguimos chorá-los. Se ficasses, talvez a tua presença, ao sobrepor-se-lhe, enfraquecesse a imagem que me importa conservar dela ....... só se possuem eternamente os amigos de quem nos separamos."

(Marguerite Yourcenar – “O TEMPO – esse grande escultor”)

 

Nova lei substitui o CPE, em França

O controverso Contrato de Primeiro Emprego (CPE) foi enterrado definitivamente esta quinta-feira.

A nova lei substitui o CPE por dispositivos que procuram encorajar o contrato de jovens em dificuldade, nomeadamente os sem qualificações e os oriundos dos bairros degradados que, no Outono passado, conheceram uma vaga de violência.

De acordo com estimativas governamentais, custará 150 milhões de euros ao Estado em 2006 e 300 milhões em 2007.O CPE foi criticado por estudantes, jovens desempregados e trabalhadores por ser um mecanismo que, no entender destes, apenas servia para tornar mais fácil o despedimento.

O PS e o PC francês não votaram a favor da nova lei, porque consideraram que ficava aquém das expectativas criadas aos jovens.

 

Negligência educacional...


In: abnoxio3

«Como se previa, Jorge Nuno Pinto da Costa está inocente. Garante-o hoje à revista Caras, nos seguintes termos (transcrevo):

"Se na noite de 30 de Novembro - enquanto jantava só com a minha filha, Joana, no restaurante Bull, na Foz, essa senhora (Carolina) chegou ao restaurante e a insultou gravemente, a agrediu e mais que até tenho vergonha de dizer (o que pode ser testemunhado por todos os empregados e pessoas que lá estavam) - não lhe dei duas bofetadas, por que é que havia de lhe dar agora que ela se envolve com um amigo, que é o Sr. Nuno Santos? Eu não digo mais nada por respeito aos filhos da Carolina. Agora, obviamente, em local próprio, a verdade terá de ser reposta."

A verdade, naturalmente, como sugere Pinto da Costa, será reposta nos tribunais. E, se não for noutras instâncias, será, certamente no Supremo Tribunal de Justiça.

Desde quando é que "um bom pai de família" não tem o direito de aplicar duas bofetadas na amante quando ela, publicamente, lhe insulta e agride a filha? Se não o fizesse, Pinto da Costa seria, seguramente, condenado por negligência educacional...»

Enviado por ademar.santos em 04:47 PM

Obs: caro amigo Ademar: querias dizer "negligência educacional" ou negligência funcional?!... A dúvida é metódica.

quarta-feira, abril 12, 2006

 

Que dizer?!...

O Jornal “Pùblico” dá a seguinte noticia: «O Supremo Tribunal de Justiça considera «lícitas» e «aceitáveis» as palmadas e estaladas aplicadas a várias crianças com deficiências mentais num lar de Setúbal.(…)A decisão do Supremo tem por objecto a responsável da instituição. A mulher foi indiciada por maus-tratos. Em particular, por dar palmadas e estaladas às crianças e por fechá-las num quarto escuro quando se recusavam a comer. Foi, no entanto, condenada por um caso. Em concreto, por ter amarrado, pelo menos por duas vezes, um menino de sete anos à cama.
O Tribunal de Setúbal condenou a arguida, mas o Ministério Público recorreu da decisão. O supremo disse, aliás, que fechar crianças em quartos é um castigo normal de um «bom pai de família». E que as estaladas e palmadas, se não forem dadas, até podem configurar «negligência educacional».



Em que tempo funcionará a Justiça?!...

Na Idade Média considerava-se que a criança era uma propriedade dos pais e, por isso, poderia sofrer maus-tratos físicos para “endireitar” o seu comportamento. Com a modernidade e, sobretudo, com os contributos das ciências da educação, da psicanálise e da psicologia ficou assente que os maus-tratos físicos constituíam uma barbaridade que nada ajudava o desenvolvimento social, psicológico e intelectual da criança, servindo antes para a predispor a ser violenta na sua vida de adulto.

A Associação Portuguesa de Deficientes (APD) quer anular a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), admitindo recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos

A Declaração dos Direitos da Criança, adoptada pela Assembleia das Nações Unidas diz o seguinte:

PREÂMBULO

VISTO que os povos da Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla,
VISTO que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades nela estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição,
VISTO que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de protecção e cuidados especiais, inclusive protecção legal apropriada, antes e depois do nascimento,
VISTO que a necessidade de tal protecção foi enunciada na Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos estatutos das agências especializadas e organizações internacionais interessadas no bem-estar da criança,
Visto que a humanidade deve à criança o melhor de seus esforços,
ASSIM,
A ASSEMBLÉIA GERAL PROCLAMA esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os homens e as melhores em sua qualidade de indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam este direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os seguintes princípios:

PRINCÍPIO 1º

A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquer excepção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.

PRINCÍPIO 2º

A criança gozará protecção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição das leis visando este objectivo levar-se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses da criança.

PRINCÍPIO 3º

Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.

PRINCÍPIO 4º

A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e protecção especiais, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, recreação e assistência médica adequadas.

PRINCÍPIO 5º

À criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.

PRINCÍPIO 6º

Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão. Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afecto e de segurança moral e material, salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.

PRINCÍPIO 7º

A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário.
Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.
Os melhores interesses da criança serão a directriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.
A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

PRINCÍPIO 8º

A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber protecção e socorro.

PRINCÍPIO 9º

A criança gozará protecção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objecto de tráfico, sob qualquer forma.
Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

PRINCÍPIO 10º

A criança gozará protecção contra actos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.

 

Já ninguém fica perplexo

Segundo noticia, hoje, o Jornal “Público”, Avelino Ferreira Torres pode ver a sua condenação pelo Tribunal da Relação do Porto anulada e o processo prescrito. A razão é simples: em primeira instância, isto é, no Marco, o Tribunal condenou-o por peculato; na Relação o crime foi alterado e passou a ser condenado por abuso de poder. E, como houve mudança na moldura do crime o Tribunal tinha de ouvir Avelino, por imperativo da lei, o que não aconteceu.

Entretanto, já ninguém fica perplexo com casos do género, quando os acusados são políticos ou endinheirados que podem, por isso, recorrer das decisões que não lhes interessam. Haverá, por isso, muita gente que pensa que o melhor para estes casos seria dispensar os arguidos de julgamento e dar férias á justiça. Poupava-se em papel, em transtorno às vitimas com posses (coitados, têm tanto que fazer!...) e aos contribuintes, a bem da Justiça!

terça-feira, abril 11, 2006

 

Semana da Moda Mexicana, Ciudad de Mexico

Contemplando o sentido estético do profundo decote...

 

Barroso consola o amigo

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, depois de felicitar Romano Prodi pela sua vitória nas eleições legislativas em Itália, consolou Berlusconi, expressando-lhe o seu «reconhecimento» pelo trabalho desenvolvido pelo seu Governo

Foi uma questão de amigos: o PSD faz parte, tal como a Força Itália de Berlusconi, do Partido Popular Europeu (PPE), que reúne a direita no Parlamento Europeu.

 

Espera-se melhores dias!...


Manuel Moreira, Presidente da Câmara do Marco de Canaveses, resolveu comemorar o 25 de Abril.

A Associação dos Amigos do Marco que durante a noite negra do consulado de Avelino comemorou sempre o 25 de Abril (e a quem Manuel Moreira de certa forma deve a sua eleição) não foi convidada para a cerimónia e percebe-se porquê: o actual presidente da autarquia do Marco é o homem das “tranquilidades” e não encontrou melhor “capitão de Abril” que a tranquilidade com Avelino Ferreira Torres. Só isso pode justificar o convite que lhe fez para o destacar nas comemorações do 25 de Abril do município do Marco de Canaveses. Ou, então, Manuel Moreira estará a fazer uma confusão entre o 25 de Abril e o 28 de Maio!

“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, diz o povo. E o ditado faz sentido, quando se sabe que Avelino quer regressar ao Marco e os seus amigos vão-lhe limpando o caminho.

Os marcoenses que estão com o espírito do 25 de Abril terão de continuar a esperar melhores dias.

 

Uma interessante opinião

«Há cerca de 13 anos lembro-me de ter telefonado para a TSF, para intervir em directo, por ocasião das homílias que Pedro Arroja então diariamente lá fazia, a protestar vigorosamente contra estas. Queixava-me então que era também por causa da forma 'fundamentalista', e demagógica, como ele, Arroja, defendia o capitalismo, e o ultra-liberalismo, que havia quem fosse de esquerda e esta tivesse 'alguma' credibilidade. Este episódio veio-me hoje à cabeça ao ver a performance de João César das Neves no Prós e Contras, na RTP. É que é também por causa de 'católicos' como ele que há tantos ateus... »
Publicado por Manuel
IN:http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/

 

Itália ainda mais limpa.

Bernardo Provenzano, número um" da máfia italiana em fuga há 42 anos, foi detido, hoje, na Sicília, na região de Corleone.

Conhecido como o "Fantasma de Corleone”, Provenzano controlava a Máfia siciliana desde a detenção de Salvatore "Totó" Riina, em 1993, em Palermo, e foi o mentor dos assassínios dos juízes anti-mafia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992.

O mundo está um pedacinho mais limpo!

 

Viva, Viva a Itália!

O ministério do interior italiano anunciou esta madrugada que a coligação centro-esquerda venceu com 49,8% dos votos, contra 49,7% conseguidos pela coligação liderada por Sílvio Berlusconi.

A coligação de Prodi irá ocupar 340 dos 630 lugares da Câmara Baixa; no Senado obteve 154 dos 315 lugares e a coligação de Berlusconi conseguiu 155.

Por uma margem muito pequena, Romano Prodi venceu as eleições legislativas e será o novo primeiro-ministro italiano. O rebento de Betino Craxi estiolou e pode já tomar o caminho do seu chefe, até Tunísia.

Viva a Itália!!!!

Por cá, também já se evaporou um Avelino, mas ainda temos os sósias, um Jardim e a nível local reorganiza-se a família gasparina.


Mas, o mundo pula e avança, abrindo cada vez mais os olhos aos eleitores.

segunda-feira, abril 10, 2006

 

Prodi ou o outro?!...

Às 23h00, segundo as projecções finais avançadas pelo Instituto Piepoli, Prodi ganha a Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados é composta por 630 deputados. A maioria, a coligação ou partido mais votado, fica com 340, enquanto o resto vai para a oposição.

Não se sabe, entretanto, quem ganhará o Senado.

É que Itália não é só a Roma dos papas, mas também a Sicilia dos contrabandistas ou como lhe queiram chamar!!!...

 

Duas ideias para reflexão

Hoje, no "Público" Maria José Morgado afirma:

"A crise aberta na Polícia Judiciária indica a necessidade de "definir um sistema de poder policial que funcione em articulação com o Ministério Público e com os tribunais".

"Vejo na proposta de um foro especial para politicos um sinal de protecção dos titulares de cargos políticos, quando devíamos ser intransigentes.(...) Pode conduzir à situação de alguns países da América Latina em que há razões de Estado que travam e limitam as investigações criminais"

 

Novas manifestações de estudantes em França

Apesar do Governo Francês ter tomado a decisão de abandonar o Contrato de Primeiro Emprego (CPE), a FIDL (que representa os estudantes do ensino secundário) e a UNEF (que representa os estudantes universitários) convocaram, hoje, novas manifestações para amanhã em todo o país. Afirmam pretender manter a pressão sobre o Presidente Jacques Chirac enquanto o seu Governo decide como substituir a lei, que possibilitava que as empresas demitissem jovens trabalhadores sem justa causa durante os dois primeiros anos do contrato. Também querem a revogação da lei que permite que os adolescentes se inscrevam em programas de formação profissional aos 14 anos, em vez dos actuais 16.

 

Assuntos judiciários

«Maria José Morgado, conhecida magistrada do MP, está a ser entrevistada na RTP2, no programa Diga Lá, Excelência, sobre assuntos judiciários.Acabou de apresentar uma resenha acerca do modo de organização policial, particularmente da polícia Judiciária, na sua relação com a magistratura do Ministério Público, titular da acção penal.Disse que há dois sistemas de concepção organizativa deste tipo de polícias, no relacionamente que podem manter com essa autoridade judiciária: a autoritária, de que é exemplo o sistema alemão, em que existe dependência funcional mas ampla autonomia táctica para investigar; e a concepção liberal, de que seriam exemplos a França e a Itália, em que a dependência é mais orgânica e que por isso apaga aquela autonomia dessa polícia.Pergunta-se: com estas remodelações recentes na direcção da PJ, alguém colocou a discussão do problemas que surgiram, neste campo específico da delimitação das competências e mesmo acerca da concepção estrutural que deve ser adoptada?Não. Ninguém anda a fazer essa discussão!MJM acaba de dizer outra coisa "enorme" e que é uma crítica certeira e até feroz, aos magistrados do Ministério Público:Disse que há muitos magistrados que se deixam ficar sentados à secretária à espera que os processos apareçam e depois se queixam da falta de meios...E continua a bater na tecla do combate à corrupção. Cita Euclides Dâmaso, colega do MP. Aponta a falta de estudos sobre o fenómeno e disse há bocado uma coisa muito firme:A ideia de colocar os políticos num foro especial, em relação a eventuais crimes praticados na função, é uma vergonha.Sobre escutas telefónicas, diz muito simplesmente que é um problema mediatizado e portanto, difícil de resolver, nesse plano. E adianta que há excesso de formalidades no processo de escuta que permite a anulação da prova que nelas se baseia. E aponta o caso concreto do prazo concedido para apresentação das gravações ao juiz de instrução, dizendo que se o arguido é "white collar" o prazo referido à expressão "imedaitamente", é de três dias; se for arguido comum, já será de trinta dias...No entanto, a ideia que fica é a de que o número de escutas é inteiramente razoável e não é exagerado.E aponta como exemplo, o caso do distrito judicial de Lisboa em que existem cerca 280 mil Inquéritos; pouco mais de 360 escutas e destas, cerca de 60% tem a ver com crimes de tráfico de droga. Logo....não seria exagerados os números.E neste momento, mais uma outra bomba: o panorama actual do funcionamento do MP é...obsoleto! Por falta de meios integrados de informatização, entre outros, que conduzem à ineficiência e à morosidade. Neste momento, temos uma magistratura " de Idade Média e de mercearia", dixit MJM!Já chega. MJM costuma partir louça. Hoje, varreu os cacos. E bem. »

Publicado por josé.


Com a devida vénia, transcrevemos o texto do blog: http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/


 

Contra o embuste: VIVA ITÁLIA!

50-54%











A coligação de centro-esquerda liderada por Romano Prodi terá conseguido a maioria em ambas as câmaras do Parlamento italiano.

De acordo com as primeiras sondagens à boca das urnas
, Prodi terá conseguido entre 50 a 54 por centos dos votos e Silvio Berlusconi obteve entre 45 a 49 por cento.

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